21/04/2022 - Atualizado há 944 dias.
O Terminal é um dos primeiros da América Latina a obter autorização para operar com o sistema, que oferece exatidão no cálculo do calado e permite ampliar carga em navios.
Da Redação.
O Portocel, localizado em Aracruz (ES), iniciou no mês de abril os primeiros testes de manobra de navio utilizando o sistema de calado dinâmico, estando entre os primeiros portos da América Latina autorizados a operar nesta modalidade. As regras dinâmicas de definição do calado utilizam recursos – como o ReDRAFT® – que calculam em tempo real e com previsão a folga dinâmica abaixo da quilha (espécie de espinha dorsal da embarcação), com base nas características de cada navio e do canal de acesso, considerando ainda as condições ambientais do momento da manobra (ondas, ventos e outras).
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O cálculo informa com precisão qual é o calado máximo e/ou qual a próxima janela segura para navegação, de acordo com as condições analisadas, permitindo operar com maior calado e ampliando a capacidade de carga. Além da equipe do Portocel, acompanharam os primeiros testes representantes da Capitania dos Portos, Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Praticagem do Espírito Santo e da Argonáutica, empresa que opera o ReDRAFT®
“Os primeiros testes foram considerados um sucesso desde as atividades de preparação, que antecederam a manobra, até a execução pelos práticos”, destaca Anderson da Silva Santos, gerente de Operações e Planejamento Portuário de Portocel. Ele explica que o sistema de calado dinâmico oferece mais segurança e eficiência para o Terminal a partir do cálculo racional da folga dinâmica abaixo da quilha.
“Em condições adversas, em que possa haver risco de toque da embarcação no fundo mesmo com a aplicação da regra do calado estático, a ferramenta apresenta dados informando os calados máximos seguros para navegação, podendo levar a uma decisão de redução do calado para não postergar a manobra, ou à escolha de uma outra janela considerada segura para saída do navio”, detalha Santos. O porto vai realizar 30 testes, em diferentes condições de navegação, até a validação final do sistema, o que ele espera que ocorra até o mês de junho.
O coordenador de Gestão e Programação Portuária da Codesa, Leandro Cota de Lima, salienta que a tecnologia do calado dinâmico já está sendo concretizada no Espírito Santo a partir dos testes iniciados no Portocel, realizados com sucesso. “O sistema permite ao porto identificar as melhores oportunidades de navegação, oferecendo mais segurança e favorecendo ganhos de produtividade”, destaca ele, que acompanhou o primeiro teste realizado no Terminal.
Na avaliação do Capitão dos Portos do Espírito Santo, Alexsander Moreira dos Anjos, a implantação do novo sistema vai promover benefícios diretos e indiretos, no que diz respeito à segurança da navegação, ao permitir aferição mais precisa por meio de sensores eletrônicos aplicados numa sistemática de regras para as manobras de navios. Além disso, o ganho na operacionalização do sistema portuário será significativo quando os navios atracados nos berços puderem ser carregados e manobrados dentro de um tempo devidamente dimensionado e otimizado, sem falar no acréscimo da quantidade de carga operada nos portos capixabas, tendo em vista a redução do tempo de permanência do navio no porto. “Ganha todo o setor produtivo, gerando competitividade, emprego e renda, mas também ganha a sociedade capixaba ao ver o seu Estado ser pioneiro em geração de tecnologia e inovação. E ganha a Marinha do Brasil, parceira na implementação de um sistema avançado que ajudará a garantir ainda mais a segurança da navegação”, destaca ele.
Desenvolvimento em etapas – Até chegar à fase de manobras experimentais, o projeto de calado dinâmico no Portocel passou por diversas etapas de desenvolvimento. O projeto teve início em 2018 e as primeiras atividades foram dedicadas à instalação de equipamentos de sensoriamento remoto para medição contínua das condições do vento, maré, correntes e ondas, formando uma robusta e confiável base de dados. Foram analisados ainda os resultados das batimetrias, além do desenvolvimento e aplicação de modelos matemáticos para avaliar condições ambientais e diferentes classes de navios, permitindo cálculos com até sete dias de antecedência.
Vantagens – As análises de viabilidade para implantação do projeto demonstraram que cerca de 3% das manobras em condições desfavoráveis seriam evitadas, incrementando a segurança da navegação. Adicionalmente, seria possível obter, em determinadas condições, uma redução de até 3,7 horas no tempo de espera ou aumento de até 66 cm de calado. Esses dados foram obtidos considerando manobras de saída em Portocel entre 2017 e 2020 e comparam os calados praticados com os que seriam os máximos indicados pelo ReDRAFT® para os respectivos horários de manobras.
A expectativa é de que haja também um ganho de flexibilidade na escolha de janelas seguras para navegação. Durante as análises para marcação da primeira manobra de teste com o navio Mandarin Arrow, por exemplo, com calado máximo de 12.80 m, foi possível observar que o uso da ferramenta resultaria em aumento da janela de navegação disponível três vezes superior ao praticado atualmente, considerando o período entre 1 e 8 de abril, segundo informou Santos.
O Gerente de Operações Portuárias de Portocel salienta que os investimentos contínuos do setor portuário em tecnologias inovadoras permitem ao Brasil seguir as melhores práticas internacionais, contribuindo para a segurança, eficiência e o meio ambiente. “Quando olhamos os últimos dez anos, é impressionante a evolução da indústria portuária no Brasil, que passou a estudar e a entender melhor as áreas molhadas do porto buscando a máxima eficiência e segurança. É o que temos feito continuamente no Portocel”, finaliza Anderson Santos.
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R4/Com informações da p6comunicação.
Foto: Divulgação.