Conceição da Barra, localizada no norte do Estado do Espírito Santo, vem se consolidando como um dos melhores destinos turísticos do Estado e quem diz isso é o próprio turista que visita a cidade.

No passado, embora o saudosismo ainda permeie a mente de alguns, não tínhamos um planejamento para o ano inteiro. Baseava-se tão somente no verão e o carnaval; ficando o resto do ano na dependência de atividades econômicas menos promissoras e também sazonais.

Com o advento da infraestrutura, fruto do trabalho de uma gestão de 8 anos pautada na eficiência (complementada pela atual gestão), a cidade tornou-se um lugar bonito, tanto no aspecto natural quanto nas intervenções administrativas, resultando no calçamento dos bairros barrenses quase em sua totalidade.

Este tratamento dado a cidade, motivou empresários e a sociedade em geral a criar festas, cujo sucesso é inquestionável. Para citar dois exemplos, o Festival do Camarão e a Maior Moqueca do Mundo que se associada ao Festival Nacional do Forró de Itaúnas, eleva o município a uma condição privilegiada, em termos de oferecer boas alternativas para o turista, fora da alta temporada.

Se não fossem as queixas (compreensíveis) do público mais jovem que reclama a proibição de carros de som na cidade, eu diria que seríamos unânimes em dizer que a Barra é o melhor lugar para passar as férias ou as eventuais festas. Se conseguirmos chegar num consenso, acredito ser possível encontrar o meio termo e também atrair este público para a cidade, afinal, festas como o carnaval por exemplo, é considerado natural que "descansar" não é a prioridade da maioria.

O som ser desligado à 1h da manhã, por exemplo, numa sexta-feira de carnaval, não parece razoável, especialmente para as pessoas da minha geração que tinha o privilégio de ao amanhecer, presenciar o "encontro dos trios" na última noite de carnaval. É certo que os tempos são outros, mas quem está na chuva sabe que vai se molhar. Cabe as autoridades a estratégia de coibir abusos, sem desmotivar os visitantes a virem para a cidade, sobretudo no carnaval.

Precisamos de uma cidade bacana, limpa, que não falte luz, água e os suprimentos básicos, mas se não tiver festa, que significa inevitavelmente barulho, não terá adiantado nada ter investido tanto recurso público em sua revitalização.

Sejam bem vindas as famílias, mas que haja diversão para todos os gostos, do contrário amargaremos resultados modestos e insuficientes para nos considerarmos uma cidade viável, turisticamente falando. Rever conceitos é preciso e que a reflexão seja um exercício contínuo, para o bem da coletividade.

Carlos Quartezani é Jornalista, Historiado, Empresário e morador da Cidade de Conceição da Barra-ES.